sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Celulite e Erisipela. Quem nunca?

Salve salve, linfedemáticos!
Fazia tempo que eu não escrevia por aqui. Muito trabalho e falta tempo!!!
Desta vez estou com tempo de sobra, mas o motivo para isto não é tão bom assim.
E sabem por quê?
Fui "presenteada" com uma danada de uma Celulite. E não é aquela celulite no bumbum que todo mundo tem, não. É uma infecção, parecida com a Erisipela, doída como ela só.

O que aconteceu comigo - e que deve acontecer com quase todo mundo que tem o pezinho inchado - é que mesmo enxugando bem entre os dedos do pé, sempre aparece uma ou outra frieira. Acredito que seja devido ao uso do tênis o dia inteiro, e o pé fica transpirando naquele ambiente fechado durante 12h por dia. Algumas delas saram em 2 dias... Mas uma danadinha persistiu por quase uma semana!
Para completar as "boas vindas" as bactérias, acabei fazendo um pequeno corte com a gillete, enquanto me depilava com pressa no banho. Isso aconteceu na quinta-feira.
Sábado à noite, quando tirei a minha meia de compressão, observei que minha batata da perna e meu pé estavam todinhos com bolinhas vermelhas, quentes e doía demais para pisar no chão.
Para mim, não era novidade. Me lembrei bem do ano passado o que havia acontecido comigo, e já pensei: estou com Celulite de novo!!!!
Como já era tarde, resolvi ir ao médico no dia seguinte. O quadro piora bastante de um dia para o outro, principalmente a intensidade da dor. Mas não é preciso se desesperar. Vá ao médico imediatamente e comece logo a medicação, e repouso total. Perninha para cima e nada de ficar pra lá, e pra cá.
Assim como no ano passado, os medicamentos receitados para mim foram dois antibióticos, por 10 dias:
*Cloridrato de Clindamicina
*Ciprofloxacino
Além disso, uma licença de 7 dias, para repouso.
Para, depois de curada a Celulite, a minha médica Vascular de Curitiba, Doutora Claudia Stein, recomenda que eu tome 5 dias de Azitromicina em cada mês, durante 6 meses, para evitar a Celulite ou Erisipela de repetição.
 A grande diferença entre a erisipela e a celulite é o local onde a bactéria se aloja e causa a infecção. Na erisipela a infecção se dá nas camadas mais próximas do exterior, acometendo a epiderme e a camada mais superficial da derme. Já a celulite é uma infecção mais profunda, infectando o tecido gorduroso na hipoderme e a camada profunda da derme.
  
Como nós, portadores de linfedema,  temos o Sistema Linfático do local onde há o edema bem debilitado (no meu caso, a perna direita inteira), devemos prevenir ao máximo, pois não podemos ter essas infecções de jeito nenhum! Até mesmo uma picada de  inseto pode se tornar uma porta de entrada para as bactérias. Todo cuidado é pouco!
Estou no 6º dia de medicação e minha perna já melhorou bastante... Não há melhora sem repouso. É preciso seguir rigorosamente as orientações do médico.
Para saber mais, gostei bastante das informações dadas neste site. Acessem para conhecer mais a Erisipela e a Celulite, afinal, todos estamos propícios a tê-las!
Um beijo,
Flávia

terça-feira, 10 de junho de 2014

Atividade Física e Linfedema



Quem tem linfedema já ouviu de muitos médicos que, o melhor que temos a fazer, é fazer repouso...

Na verdade, o repouso é indicado quando percebemos que exageramos num super  dia de trabalho, numa mega noitada na balada, quando pulamos demais naquele show tão esperado da banda que você tanto ama, ou mesmo quando "batemos muita perna" andando e passeando por aí.

O que realmente nos faz um bem enorme, é a ATIVIDADE FÍSICA. De preferência, as com menos impacto.

Quando nos exercitamos, ativamos a circulação sanguínea, o que também contribui para o retorno da linfa que fica paradinha no nosso membro afetado. E digo mais.... Minha fisioterapeuta disse que quem caminha com as famosas Bandagens (enfaixamento com faixas elásticas, realizado durante a Terapia Física Complexa), realiza automaticamente uma "drenagem" no membro. Ou seja, enquanto eu caminho com minha pernoca enfaixada, o próprio movimento da marcha, com a compressão da bandagem, realiza uma "drenagem" profunda no membro, deixando a perna mais "mole" (menos dura), facilitando a circulação. 

A perna fica uma beleza com as bandagens! Pena que elas são volumosas, e usá-las no dia-a-dia não é prático para mim. Há quem use diariamente e já se adaptou com elas, ao invés de usar a meia de compressão. Em dias de férias em casa, dá pra fazer um tratamento intensivo com as bandagens e sentir bastante diferença no membro. Sempre associada à drenagem manual também, é claro.

Agora se você não estiver com a pernoca enfaixadinha, não tem problema. Isso não é desculpa pra não movimentar esse esqueleto... Porém, preste atenção: TODOS os exercícios devem ser feitos com a MEIA DE COMPRESSÃO. Ela fará o mesmo trabalho da bandagem. Então, bote essa perninha pra trabalhar e me conte como se sentiu depois de alguns dias.



Quais atividades físicas são recomendadas para nós? 

Bom, vou citar o meu caso, linfedema na perna. Como já citado anteriormente, as atividades mais benéficas para nós são as com menos impacto. Não invente de correr o Parque Ibirapuera inteiro, fazer aula de Jump na caminha elástica e outras coisas agressivas para seus vasos. Isso só vai piorar inchaço.

Natação, bike, hidroginástica, caminhada leve, exercícios linfocinéticos são excelentes para a manutenção do linfedema. Já fizeram exercício naquele aparelho chamado Transport (alguns chamam de elíptico)? Ele também é excelente para nós, impacto zero! Mas tome cuidado,  pois com muito peso pode piorar o linfedema!!!

Musculação também já cheguei a realizar, mas também de forma moderada! Nada de muitooo peso, porque o efeito se torna maléfico. Cada pessoa deve saber o seu limite.  É super importante tonificar os músculos da perna. Enquanto você anda, os músculos estão trabalhando e ajudam no bombeamento da circulação. Quando sua perna está "malhadinha", eles realizam essa tarefa com mais eficiência. 


Resumindo...
Pois é gente bonita, eu sei que com a vida corrida de todos ou mesmo por causa daquela preguicinha insistente, fica difícil a gente criar coragem e reservar um tempo para a atividade física. 

Mas aprendi que praticar exercício físico tem que ser uma atividade sagrada, não deve ser opção... deve ser um estilo de vida...  Crie uma regra que deve ser seguida. Por exemplo: se eu trabalho todos os dias até tarde, então vou pensar numa regra que seja possível eu seguir e cumprir: vou fazer exercício duas (ou três) vezes por semana, faça chuva ou faça sol. 

Escolha um período que seja fácil de você não abandonar o hábito do exercício. Há quem prefira acordar cedo e ir para a academia. Há quem prefira sair do trabalho e ir direto (como eu). Cada um tem um ritmo de vida e preferências diferentes. O importante, é não deixar de fazê-lo,pois realmente faz muita diferença. A atividade física não faz bem apenas para o linfedema, faz bem para o organismo inteiro. Bastam poucos dias de atividade, e logo você percebe os benefícios: ficamos mais dispostos, dormimos melhor, melhoramos a auto-estima, o humor...

E não precisa pagar uma academia para isso! A rua da sua casa será muito útil para sua caminhada; o parque do seu bairro está com saudade de você... que tal visitá-lo e alugar aquela bike baratinha pra dar uma boa exercitada? rsrs Quando a gente deixa as desculpas de lado e movimenta esse corpinho, sentimos a saúde com a gente!

Espero que esse post sirva de motivação para vocês e sintam na pele (e em todo o seu corpo) os benefícios!
Grande Abraço!!!!
=)
Bike
Natação
Hidroginática
LegPress: adoro este aparelho para musculação.Essa posição reforça o retorno venoso,e não sinto desconforto ao realizar este exercício. Com pequenas cargas e aumentando gradativamente, dá ótimos resultados (sem peso exagerado!!!)
Transport / Elíptico


quarta-feira, 23 de abril de 2014

Os 15 melhores diuréticos naturais


Pessoal,
encontrei esta matéria falando sobre alimentos diuréticos. Sei que o caso de quem tem linfedema é diferente de pessoas que tem uma leve retenção de líquido, mas esses alimentos com certeza são nossos aliados e devem fazer parte da nossa alimentação diária.
Além destas dicas, não podemos esquecer da nossa maior aliada de todas: A ÁGUA.
Antigamente, mal me lembrava de beber água durante o dia. Sou professora e DEVO tomar água sempre que possível, para preservar minhas cordas vocais e, nós, portadores de linfedema, devemos estimular a circulação e hidratar nosso organismo, tomando bastante líquido.
Comecei uma reeducação alimentar no ano passado (2013) e mudei muitas coisas na minha alimentação. Hoje, tomo 3 litros de água diariamente e já me acostumei. Onde vou levo uma garrafinha comigo. Faz um bem danado!!!!!!!!
Outra coisa que vocês podem fazer é tomar Bonafont também. Fiz uma experiência de um mês, tomando só Bonafont. O resultado foi surpreendente, dá pra sentir a diferença mesmo!!!
Contem algumas experiências de vocês, alguma dicas, receitas caseiras etc.
Um beijo a todos e boa leitura!!!!

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Se o problema for retenção de líquidos ou inchaço, independentemente das medidas tomadas, os diuréticos a seguir são uma excelente opção para aqueles que também estão de dieta. Vença a batalha contra os líquidos, emagreça e elimine o que está retido inutilmente em seu corpo.

O que é retenção de líquidos?

A hidropisia ou edema é o acúmulo de líquidos nos tecidos. É uma doença que é o sintoma clínico de outras doenças, tais como renal, cardíaca ou digestiva. Se concentra no abdômen, punhos e tornozelos, e seu excesso pode causar outros transtornos em diversas funções corporais.

O inchaço mais comum ocorre nos pés e nas pernas, chamado edema, especialmente em gestantes ou mulheres com sobrepeso. Não produz quaisquer sintomas ou dores, nem na cor da pele. Ao pressionar a área afetada, é possível detectar as marcas características. As causas incluem distúrbios circulatórios, hepáticos, renais e cardíacos, disfunção tireoidal e deficiência de vitaminas.

Quais são os melhores diuréticos naturais?

Melancia

Possui grande quantidade de água, tornando-a um diurético natural, além de conter licopenos, antioxidantes que previnem danos dos radicais livres no corpo. Seus aminoácidos alargam as veias, permitindo um melhor fluxo dos fluídos, arrastando os líquidos retidos nos tecidos. É também alcalinizante, desintoxicante e mineralizante, promove a saúde do intestino que elimina as toxinas do corpo.

Tomate

Possui 90% de água e vários antioxidantes (vitamina C, selênio, betacaroteno e licopeno). Evita danos dos radicais livres nas paredes dos vasos sanguíneos que causam inflamação e vazamento de fluídos.
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Pepino

Tem alto teor de água, e é um diurético natural por excelência. Contém nitrogênio e silício, os quais ajudam os rins a eliminar o ácido úrico, reduzindo a retenção de líquidos no corpo. Além disso, contém ácido ascórbico e ácido cafeico, que ajudam no efeito diurético, e potássio, que previne cãibras nas extremidades.

Suco de mirtilo

Pode-se consumir apenas a fruta em si, mas é melhor espremer o suco ou comprá-lo pronto. É muito eficaz no tratamento de infecções do trato urinário e é um diurético que não elimina o potássio no seu processo de remoção da água, além de ser um poderoso antibiótico que mantém a bexiga em boas condições. É excelente para os diabéticos.

Cenoura

Este vegetal tem elevado teor de antioxidantes, vitaminas e minerais, sendo um dos diuréticos naturais mais recomendados. Desintoxica o corpo, acelera o metabolismo e atrasa problemas com a visão relacionados com a falta de lubrificação.
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Berinjela

Tem um alto teor de água e flavonoides, elimina os líquidos retidos no corpo e melhora a circulação. Aconselha-se a beber a sua água assim que fervida ou também consumi-la crua e ralada para emagrecer.

Alcachofra

Melhora a função renal, devido ao seu teor de flavonoides e ácido cafeico, além de minerais e vitaminas, que têm efeito diurético, e cinarina, que melhora o fluxo da bile, eliminando a retenção de líquidos.

Aipo

As sementes da planta aumentam a excreção do ácido úrico e aumentam a taxa de produção de urina, desintoxicando o corpo. Contém elevado teor de sódio, porém compensado também por seus altos níveis de potássio, que não são prejudiciais.

Uva

Contém muita água e potássio e é um poderoso diurético natural. Seus níveis de sódio são bastante baixos, sendo fruta ideal para eliminar as toxinas do corpo através da urina.
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Aspargo

Contém asparagina, um aminoácido que o torna um alimento de baixa caloria, além de ter grande poder diurético e tratar dores reumáticas, retenção de líquidos (pela síndrome pré-menstrual) e artrite. Suas fibras são eficazes na limpeza do trato intestinal.

Alface

Atua como intensificador de sabor para saladas e seu elevado teor de água ajuda no processo mictório. Contém ferro e magnésio, dois minerais eliminam as células adiposas.

Chá verde

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É usado en muitas dietas de emagrecimento porque permite eliminar a gordura através da urina. Aconselha-se consumir não mais que quatro xícaras por dia, pelo seu alto nível de cafeína.

Aveia

É um alimento ideal para o café da manhã, pelas suas propriedades energéticas e porque contém sílica, um composto que realça sua função de diurético natural.

Salsa

Suas propriedades diuréticas são bastante suaves, mas servem para limpar as toxinas dos rins. Melhor consumir crua e bem picada.

Beterraba

Remolacha
Melhora as funções dos rins e do fígado. Contém ferro, que ajuda a limpar os depósitos de gorduras.

Fonte:http://melhorcomsaude.com/15-melhores-diureticos-naturais/
Imagens cortesia de Keirsten Marie, Richard Riley, Corey Burger, robinmcnicoll, tribp, Market Manager.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

AME Maria Zélia (distribuidor de Daflon gratuitamente) no SPTV

Pessoal!!!
Hoje vi uma reportagem no SPTV no final da tarde, na Globo, sobre o AME Maria Zélia, no Belenzinho. Esse posto distribui medicamentos de alto custo!!!
Participo de uma comunidade de Linfedema já há algum tempo e uma das participantes nos indicou este posto para retirada de um remédio comumente utilizado por portadores de Linfedema. Desde então, sempre vou a esse posto buscar este medicamento que alguns Vasculares receitam para amenizar o Linfedema: o Daflon (ou Diosmim - ambos têm a mesma  fórmula, só mudam o nome).
O Daflon 500 é constituído por 450 mg de diosmina e 50 mg de hesperidina. Hesperidina vem de uma variedade de laranja que é muito popular na China e na Espanha. A droga é diferente de outras diosminas por causa da presença de flavonóides. É indicado para tratamento de pacientes com condições venosas crônicas que resultam em aumento dos membros inferiores, cãibras e dores são tratados com Daflon 500. Também é dada a pacientes que sofrem de hemorroidas. O objetivo da droga é aliviar a dor e tirar o desconforto que o paciente sente.
Eu, particularmente, não sinto muita diferença. Mas não sou parâmetro, pois sou pouco observadora nesse aspecto. No entanto, há pessoas (portadoras de Linfedema) que sentem bastante diferença nos membros afetados, principalmente no alívio do desconforto (segundo o relato de algumas dessas pessoas). Acho que varia de caso pra caso, de pessoa pra pessoa!
Toda vez que vou a esse AME fico chateada com a situação em que nós, cidadãos, nos sujeitamos para conseguir retirar nossos medicamentos. Sempre há MUITA gente, a maioria sempre de idosos, e as pessoas passam horas e mais horas esperando chegar a sua senha. É uma tremenda humilhação aquelas pessoas carentes, sem o mínimo de condições de estarem ali por já terem uma idade avançada (é muito cansativo), muitas vezes de pé e sem se alimentar - sim, pois é, eles chegam de madrugada e ficam até sem almoçar esperando "chamar a sua senha".
O Daflon é um remédio rápido a ser retirado; nunca demoro mais de 10min, graças a Deus. Acredito que cada guichê se responsabiliza por um tipo de medicamento ou especialidade médica, pois com certeza eu sempre sou uma das únicas sortudas a retirar o remédio rapidamente e poder ir embora. As pessoas que lá ficam já estão há 2, 3 ou mais horas esperando a serem chamados. Realidade triste e cruel.
Para quem mora em São Paulo, e faz uso deste medicamento, vale apena dar uma conferida no AME.  Além do DAFLON ser retirado sem muita demora, até agora nunca esteve em falta. O órgão responsável pelo AME é a Secretaria de Estado da Saúde. Pode ser que em outras cidades de SP também seja distribuído.
Quem mora no interior de SP ou em outros estados, perguntem nos postos de sua cidade!
Anotem aí as infos =)  :

Atendimento Médico - Ambulatório Médico de Especialidades Maria Zélia

Atendimento ao cidadão nas seguintes especialidades: alergologia, anestesiologia, cardiologia, cardiologia infantil, dermatologia, buco maxilo, hematologia pediatria, PTGI, cirurgia vascular, cirurgia plástica, cirurgia pediátrica, endocrinologia, endocrinologia infantil, fototerapia, fisioterapia, gastroenterologia, gastroenterologia infantil, hanseníase, infectologia, mastologia, nefrologia, nefrologia infantil, neurologia, nutrição, odontologia, oftalmologia, otorrinolaringologia, ortopedia, ortopedia infantil, pneumologia, proctologia, reumatologia, psicologia adulto, urologia, urologia infantil e isenção tarifária/assistente social. 
Também realiza exames de radiologia, teste ergométrico, espirometria e ecocardiograma entre outros.
Ambulatório Médico de Especialidades Maria Zélia
Rua Jequitinhonha, 360, Belenzinho - CEP: 03021-040 - São Paulo
Fone: (11) 3583-1810
 
 
Espero que vocês tenham gostado da dica e que seja tão útil pra vcs, quanto foi pra mim, quando a colega nos informou deste benefício. Aí vai o link da reportagem do SPTV.
Um grande beijo! Até a próxima!!!

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Minha Descoberta do Linfedema

Oi, gente!
 
Acho que cada um tem uma história diferente pra contar, em relação ao surgimento do seu próprio Linfedema, não é mesmo?
 
Nessa caminhada de corrida contra o tempo para conseguirem me diagnosticar, houve muitos momentos de angústia, traumas, desânimo... Não foi fácil. Mas temos que superar, pois depois de diagnosticado, temos de aprender a lidar com o problema!
 
 Já ouvi diversos relatos de como surgiu o Linfedema nas pessoas, e hoje vou contar a minha história.
 
Bom, tudo começou no ano de 2006, quando eu tinha 22 anos de idade. Nessa época, eu morava numa cidade do interior de São Paulo, para cursar minha Graduação (Ensino Superior) numa Universidade Pública. Em 2006, eu estava no último ano faculdade, e o primeiro semestre já foi terrivelmente corrido: TCC, algumas DPs porque havia trancado a faculdade por um tempo, correria com entrega de trabalhos etc.
 
Quando fui passar as férias em São Paulo, com a família, quase não vi meus amigos. Fiquei atribulada com os afazeres da faculdade, estudando continuamente. No último final de semana de férias resolvi, então, encontrar alguns amigos no sábado. Fomos à uma festa durante o dia, onde passamos o dia todo dançando, se divertindo. Estava muito sol! Fomos embora à noite e, no domingo, passei o dia todo em casa, com a família.
 
Na segunda-feira, havia chegado o dia de eu voltar para o interior, para a volta às aulas. Eu sempre viajava de ônibus até lá, mesmo porque não tinha um carro só pra mim e o ônibus era super confortável. Até chegar ao meu destino, eram 6h de viagem e, como eu já fazia isso há quase 4 anos, já estava acostumada. No entanto, desta vez foi diferente...
 
Cheguei em casa, no interior,  com apenas um pé um pouco inchado, do tornozelo pra baixo. Achei estranho, mas pensei que poderia ter sido da viagem longa e do calor. Também não me preocupei muito, pois não sentia dor alguma. O problema é que esse inchaço não desaparecia totalmente: à noite, quando eu dormia com os pés elevados, ele ficava em seu estado normal; porém, quando me levantava e fazia minhas atividades diárias, ele voltava a inchar. Cada vez ia inchando um pouquinho mais.
 
A partir daí comecei uma saga desesperada para saber o que eu tinha. Os médicos do interior me diziam que eram os meus Rins e só pediram pra eu tomar bastante líquido e usar meia Compressiva - Kendall. Insatisfeita, voltei para São Paulo em um hospital renomado (São Luís) e me internaram de cara (acreditavam que poderia ser trombose, pois a única coisa diferente que eu havia tomado de medicação nos últimos meses era o anticoncepcional).
 
Fiquei uma semana internada e me reviraram de "cabeça para baixo" para encontrar o que eu tinha: todas as especialidades foram estudar o meu caso, e todos os exames davam negativo. Até que o Médico Vascular que estava cuidando do meu caso disse desconfiar de Linfedema, mas não acreditava convictamente porque eu era muito nova e, teoricamente, esta doença só aparecia em pessoas mais velhas.
 
Fui fazer o exame de Linfocintilografia, no Hospital Oswaldo Cruz e nesse exame mapearam todo o meu sistema linfático. Dava para ver onde a linfa não "passava". Era na região inguinal (virilha), mas o médico não conseguiu me diagnosticar com Linfedema, pois o laudo da Linfocintilografia veio como NORMAL e ele ainda estava na dúvida se era mesmo ou não. Fui dispensada do hospital depois de uma semana internada, sem saber ao certo o que eu tinha.
 
Depois disso, fui em intermináveis especialidades em consultórios: gastro, cardio, ortopedista, reumato, enfim... Sempre tinha alguém da família que dava um palpite do que poderia ser o meu inchaço e eu acabava indo... Mas não encontramos nada, pois todos os meus exames estavam normais e nenhum médico tinha ideia do que poderia ser meu inchaço - que agora não estava só nos pés, tinha se estendido para a perna toda direita.
 
Depois de 6 meses que inchou pela 1ª vez (sim, 6 looongos meses...), um Vascular da Beneficência Portuguesa me indicou o Hospital das Clínicas, já desconfiado que poderia ser Linfedema. Ele nos contou que sabia que nas Clínicas tinham médicos que tratavam essa doença e nos encaminhou para lá. Fomos ao Hospital das Clínicas, dias depois, e o Vascular de lá me disse que o Hospital atendia pessoas com Linfedema há um tempão atrás e que, atualmente, o programa havia sido extinto... e que o Médico Vascular Especialista que cuidava deste Programa de Tratamento de Linfedema não trabalhava mais lá. Então, nos passou o nome deste especialista e fomos à procura dele e seu consultório particular.
 
Este médico é o Dr. Mauro Figueiredo Carvalho de Andrade, Vascular especialista em Linfedema. Olhando meu exame de Linfocintilografia, destacou duas hipóteses: ou seria Linfedema mesmo - como alguns médicos já haviam falado - , ou seria um tipo de câncer raro, localizado numa região em que poderia estar dificultando a passagem do líquido (a linfa).
 
Depois de uns dias, fui encaminhada para uma Laparoscopia (cirurgia) para biópsia. O resultado foi negativo e, a hipótese do câncer, descartada. A partir daí, comecei a receber muitas orientações sobre o Linfedema: que é uma deficiência no sistema linfático, é uma doença que não tem cura, que o tratamento é a Terapia Física Complexa entre tantas outras coisas.
 
Meu Linfedema é classificado como Primário / Congênito. Isso quer dizer que já nasci com esta má formação no sistema linfático; só a manifestação da doença que se deu aos meus 22 anos de idade. E não precisa ter uma causa específica para se manifestar. Geralmente ocorre quando retemos líquido demais e, como os vasos não dão conta de levar toda essa linfa, acaba ocorrendo o inchaço. Porém, o membro não volta mais ao normal se não for tratado desde os primeiros dias do fato ocorrido...
 
Começamos então o tratamento que dá muitos resultados positivos, chamado Terapia Física Complexa (drenagem manual no membro afetado, enfaixamento, exercícios linfocinéticos).
Mas o tratamento é um assunto que ficará para o próximo post. Darei mais informações detalhadas nos próximos dias. =)
 
A história é longa né?! rsrs  Mas a jornada foi longa mesmo, e os conflitos emocionais nessa fase são complicadíssimos. Atualmente tenho 29 anos (farei 30 agora em 2014) e a gente aprende bastante coisa nessa vida, como levantar o astral pra não ficar deprê!
 
E vcs? Depois de qual situação surgiu o Linfedema? Como descobriram o Linfedema?
A gente se encontra num próximo post.
Comentem! Suas experiências podem ser valiosas pra muita gente!
 
Beijo,
 
Flávia
 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Primeiro post!!!! =)

Caros amigos...
finalmente realizei um grande desejo!
Desde 2009, tenho uma vontade imensa de escrever e disseminar informações na Internet sobre Linfedema.
Quando fui diagnosticada com esta doença, em 2007, pesquisei bastante na internet e me senti desamparada. Haviam pouquíssimas informações e eu pensava que só "eu e mais 5 pessoas" no mundo tivéssemos o mesmo diagnóstico. E eu estava extremamente enganada!Fui descobrindo uma porção de pessoas que, assim como eu, estavam se sentindo sozinhas, sem ninguém pra trocar informações, indo de médico em médico e não encontrando o tratamento correto, afinal, é uma doença pouco conhecida, até mesmo no mundo da Medicina (inclusive a Vascular).
Em 2013 eu fiz uma promessa para mim mesma que, em alguns meses, eu faria esse Blog sair do forno, com o objetivo de ajudar muitas pessoas...
Já recebo muitosss e-mails de pessoas que encontram os meus relatos na internet, em sites como o www.vivacomlinfedema.com,  em comunidades de redes sociais e sempre é um prazer imenso poder trocar informações com todas elas!!!
A troca de experiências, os relatos diários, as dificuldades, as conquistas, tudo isso é muito importante para ser compartilhado. Além do mais, falar sobre o problema é aceita-lo, pelo menos mais um pouquinho, e aprender a conviver com ele.
Esse Blog não é só meu, é nosso! E que esse espaço seja bastante utilizado e aproveitado ao máximo por todos nós, que buscamos tantas respostas...

Espero que vocês gostem e curtam bastante!!!
Abraço carinhoso,

Flávia